quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Metade




[...]

Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Porque metade de mim é partida, mas a outra metade é saudade.
Porque metade de mim é o que ouço, mas a outra metade é o que calo.
Porque metade de mim é o que eu penso, mas a outra metade é um vulcão.
Por que metade de mim é a lembrança do que fui a outra metade eu não sei.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Porque metade de mim é platéia e a outra metade é canção.
Porque metade de mim é amor e a outra metade também. 

(Metade - Oswaldo Montenegro)

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